Ter ideias não é mais que descobrir o que sempre existiu. Foi Agostinho da Silva quem lançou a hipótese de talvez as ideias andarem pelo mundo só à espera de serem interpretadas. O Mestre disse talvez. Talvez...
Por vezes, é nos momentos mais quotidianos que o nosso olhar distraído toca o objecto escondido – a isso chama-se ter uma ideia. Talvez apenas estejamos a destapar o objecto de existência prévia e desconhecida – isso é descobrir.
O Ser Humano, também ele quando no ventre materno é uma mera impressão vislumbrada. Algum tempo antes do parto, o ser já existe mas não se vê como será. Mas há que pari-lo para que seja visto por todas e todos. Só depois de parido poderá crescer em pleno e pelo leite e pelo amor ganhar autonomia.
Como sucede com a Humanidade, sucede com as ideias. Recordemos que uma das artes do Mestre Sócrates era fazer parir ideias – a maiêutica. As ideias, quer já nos esperem para ser interpretadas quer não, têm de ser paridas. E são grandes as dores de parto. Mas vale a pena, dar essas filhas ao mundo. Dar, atenção! DAR.
Abramos a nossa mente ao Mundo! E quando menos esperarmos, tal como na lenda de Arquimedes, estaremos a sair nuas e nus, correndo pela cidade. Tão sublimemente inocentes e sábios gritaremos Eureka. Um Eureka de quem ama o mundo, de quem se deslumbra com um mundo que é feito de pequenas coisas, mais pequenas que o átomo.
Abramos a nossa mente ao Mundo!
(30 de Junho de 2006)
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